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Indústria cearense recua 3,9% e lidera queda nacional na produção

Foto: O Estado CE

O Ceará registrou a maior retração na produção industrial do país na passagem de março para abril de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF REG) apontou um recuo de 3,9% na atividade industrial cearense, contrastando com a leve alta de 0,1% no índice nacional.

No comparativo anual, entre abril de 2024 e abril de 2025, o desempenho também foi negativo: queda de 5,3%, frente a um recuo mais moderado de 0,3% no agregado nacional. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, a produção industrial do Ceará apresenta retração de 1,8%, enquanto o país registra crescimento de 1,4% no mesmo período.

Apesar do cenário adverso no curto prazo, o acumulado dos últimos 12 meses ainda traz um respiro para a economia industrial cearense. O Estado apresenta crescimento de 3,8%, desempenho superior à média nacional de 2,4%, puxado principalmente por setores específicos que resistiram à queda generalizada.
Entre os destaques negativos da indústria de transformação cearense no último ano estão três segmentos com retrações expressivas: a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos despencou 58,2%; os produtos de metal (excluindo máquinas e equipamentos) caíram 20,2%; e o setor têxtil, tradicional na economia local, recuou 16,1%.

Por outro lado, três atividades apresentaram crescimento robusto, contrariando a tendência geral de queda. A fabricação de produtos químicos avançou impressionantes 77,3% no comparativo anual, seguida pela metalurgia, que cresceu 25,5%, e pela preparação de couros, fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, com alta de 8,6%.

O desempenho da indústria cearense contrasta fortemente com o de Pernambuco, que liderou os avanços regionais em abril com uma expressiva alta de 31,3%, impulsionada por recuperação pontual em setores estratégicos. O resultado reforça a necessidade de políticas de estímulo mais direcionadas para reverter a desaceleração industrial no Ceará, especialmente nos segmentos mais afetados.

Economistas avaliam que o cenário cearense é reflexo tanto de fatores conjunturais, como redução da demanda e encarecimento do crédito, quanto de desafios estruturais da indústria local, como a menor diversificação tecnológica e dependência de setores tradicionais. A manutenção do crescimento em 12 meses, ainda assim, indica potencial de recuperação caso haja condições favoráveis no segundo semestre.

Para o economista Helder Cavalcante, os dados revelam um cenário negativo e acende um sinal de alerta para a atividade econômica local. “A retração de 3,9%, a maior do país, e a queda de 5,3% em relação a abril de 2024 indicam uma perda de fôlego preocupante, em contraste com o desempenho nacional relativamente estável. No entanto, o crescimento acumulado de 3,8% nos últimos 12 meses mostra que, apesar da conjuntura recente desfavorável, há setores industriais no Ceará com resiliência suficiente para sustentar resultados positivos no longo prazo. Esse descompasso entre o curto e o longo prazo sugere que políticas públicas e estímulos pontuais podem ser decisivos para evitar um agravamento da tendência negativa e preservar os avanços já conquistados”.

Fonte: O Estado CE
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