A Shopee, empresa de comércio eletrônico de Singapura com atuação no Brasil, inaugurou na segunda metade de maio o terceiro centro de distribuição (CD) da companhia no Nordeste, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (PE). Para Fortaleza, no entanto, não há previsão desse tipo de infraestrutura.
As declarações foram dadas ao Diário do Nordeste por Paulo Rodrigues e Sâmia Tassino, especialistas em relações públicas da Shopee. Segundo os dois, "por ora, não há previsão" de a capital cearense ou os arredores receberem um CD.
O investimento realizado em Pernambuco mostra ainda que o foco da empresa está no Nordeste, mas não necessariamente no Ceará. Vale lembrar que a Região Metropolitana de Recife, na cidade de Cabo de Santo Agostinho, já conta com um CD da companhia.
No total, a Shopee tem atualmente 13 centros de distribuição, dos quais:
Três estão na região Nordeste (dois em Pernambuco e um na Bahia);
Um na região Centro-Oeste (em Goiás);
Oito na região Sudeste (em Rio de Janeiro, Minas Gerais e cinco em São Paulo);
Um na região Sul (no Rio Grande do Sul).
Esses centros de distribuição são divididos nos modelos de cross-docking e fullfillment. O primeiro tipo tem 11 CDs no País, enquanto o segundo teve recém-inaugurado a segunda unidade, em Pernambuco.
Shopee investe em armazenar produtos de vendedores brasileiros
Desde 2024, primeiramente nos arredores de São Paulo capital, a empresa singapurense passa a contar com um novo tipo de centro de distribuição, de maior capacidade. Ele é chamado de fullfillment e funciona de forma diferente do cross-docking.
Este último concentra espaços para receber os produtos que chegam por meio de parceiros logísticos da Shopee. Eles são reorganizados e destinados para os hubs logísticos, que entregam para o consumidor final.
Já o fullfillment privilegia o armazenamento de mercadorias no CD, e cabe à empresa preparar os pacotes e enviá-los depois de eles serem vendidos no aplicativo. Conforme a Shopee, essa modalidade visa "otimizar a operação logística e proporcionar uma experiência de compra mais ágil e padronizada, acelerando significativamente a entrega para os consumidores".
Nos meses em que está em prática, o objetivo é que adotem a modalidade "vendedores brasileiros focados em itens eletrônicos, eletrodomésticos e produtos de consumo e estilo de vida".
Para quem vende, a promessa é de simplificação, "com a Shopee assumindo os processos de armazenagem, embalagem e envio dos produtos, permitindo que se concentrem no crescimento de seus negócios".
Esse modelo foi inaugurado inicialmente na Região Metropolitana de São Paulo, e mais recentemente, em Jaboatão dos Guararapes. A ideia é transformar esses locais em referências físicas de distribuição e armazenamento de mercadorias, como o início da cadeia de disseminação dos produtos logo após a compra no aplicativo.
Sem CD, Ceará ganha novo hub logístico
Em vez de priorizar os CDs no Ceará, que em geral são a base da distribuição das mercadorias, Paulo Rodrigues e Sâmia Tassino explicam que a empresa foca no Estado nos chamados hubs logísticos. Já são quatro, com o mais recente deles aberto em abril no Interior, o primeiro fora da Região Metropolitana de Fortaleza.
Esses hubs são "o último ponto antes de chegar ao consumidor", como ambos classificam. Os locais recebem as mercadorias selecionadas e separadas nos CDs e são destinados para os entregadores.
Fortaleza conta com um hub da Shopee, enquanto Itaitinga e Maracanaú, além de Juazeiro do Norte, são as outras cidades do Estado a terem equipamentos do gênero. Sobral é um dos locais avaliados para, futuramente, ter uma estrutura do gênero.
Fortaleza está no top 15 de maiores vendedoras da Shopee no País
Os dados trazidos por Paulo Rodrigues e Sâmia Tassino colocam o Ceará e a Capital com protagonismo na plataforma. Segundo os especialistas em relações públicas da Shopee, o Estado é um dos dez do País que mais compram no aplicativo, e o segundo do Nordeste, atrás somente da Bahia.
Fortaleza é a 12ª cidade do Brasil com o maior número de vendedores da Shopee no País, ficando atrás essencialmente de municípios da região Sudeste. Moda é a categoria com maior destaque de lojistas no Estado.
Ambos ainda destacam a força dos lojistas nacionais na plataforma. Segundo eles, 90% de tudo o que é vendido no aplicativo no País vem de vendedores brasileiros, e mais de um terço da população do Brasil já acessou a Shopee.
A premissa é ser competitivo com "uma Black Friday de descontos por mês" e investir nas lives na própria plataforma, que têm mostrado um retorno maior para os lojistas. Com 80% dos vendedores brasileiros alegando vender itens produzidos no País, os clientes podem consumir "até 10 vezes mais em um que faz live do que um dia que não faz live", afirmam Paulo e Sâmia.
Outro ponto frisado foi o das Agências Shopee, pontos comerciais ou de serviços espalhados por várias cidades que recebem as mercadorias dos consumidores vindas dos hubs logísticos. São locais para onde são encaminhadas as mercadorias para retirada pelo cliente caso ele opte por um endereço que funcione para receber os produtos.
Fonte: Diário do Nordeste
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