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| Foto: Felipe Barreto/ Opinião CE |
O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, oficializou, nesta quarta-feira (22), sua filiação ao PSDB durante evento realizado em Fortaleza. Ele chega com a expectativa de ser candidato nas eleições de 2026, ou à Presidência da República, ou a governador do Ceará.
Tasso Jereissati, líder tucano histórico no Estado, foi quem tratou com Ferreira Gomes o seu retorno ao partido. Ao “Galeguinho”, durante o evento, Ciro, que assumirá a presidência do PSDB Ceará, disse que aceita o desafio de discutir a política nacional e a política estadual. “Morro pelo Brasil e mato pelo Ceará”, disse o ex-ministro.
A “primeira missão”, de pensar no Brasil, Ciro afirmou que aceita “com muita alegria”. “Não será com radicalismos, sectarismos, estimulando o ódio, a desavença entre as pessoas que repartem famílias e destroem amizades. O Brasil precisa construir um grande caminho de reconciliação”, afirmou.
Já para o Ceará, o ex-governador defendeu que o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que se filiará ao União Brasil, é o nome “mais preparado” para a disputa.
“É exemplo do Tasso Jereissati fazer apostas nas pessoas. E você, Roberto, é o mais preparado, mais qualificado e mais pronto para qualquer tarefa. (…) Está pronto para ser um grande governador do Estado do Ceará”, acrescentou.
O ato reuniu lideranças de partidos como o PL, como o deputado federal André Fernandes, e do União Brasil, como o ex-deputado federal Capitão Wagner. Eles vêm defendendo uma coligação única, em conjunto, entre as legendas que fazem oposição ao governador Elmano de Freitas (PT). Representantes de siglas menores, como o Agir, o Avante e a Democracia Cristã, também estiveram presentes.
Segundo Ciro, é preciso trazer o espírito público “ao centro do caminhar político”. Ele ressaltou que, “apesar das diferenças”, o grupo precisa estar unido para o pleito do próximo ano.
Desfiliação do PDT
Ciro deixa o PDT, partido ao qual foi filiado por 10 anos e pelo qual disputou duas eleições presidenciais. O pedido de desfiliação foi entregue na última sexta-feira (17) ao presidente da legenda, Carlos Lupi. O União Brasil também era uma das opções consideradas pelo político.
O movimento ocorre em meio a críticas recorrentes de Ciro à gestão do governador Elmano, que conta com o apoio do PDT no Ceará. A permanência da aliança entre pedetistas e petistas no Estado foi um dos principais pontos de atrito que levaram à saída de Ciro do partido.
Aliados próximos afirmam que o ex-ministro deve disputar o Governo do Estado em 2026, repetindo o embate direto com o grupo governista liderado por Elmano, Camilo Santana (PT) e Cid Gomes (PSB) – seu irmão. Esta é a sétima troca de partido na carreira de Ciro Gomes. O retorno ao PSDB tem também um valor simbólico: foi pela legenda que ele governou o Ceará entre 1991 e 1994, período em que consolidou sua projeção nacional.
André Fernandes participa do ato
Candidato à Prefeitura de Fortaleza em 2024, o deputado federal e presidente estadual do PL no Ceará, André Fernandes, participou do momento. “Espero que, de fato, aconteça essa candidatura”, defendeu, momentos antes da cerimônia. Conforme ele, 17 parlamentares do PL, entre deputados e vereadores, participaram do ato em apoio ao ex-ministro. “Nada mais significante do que ser no dia 22. Isso diz muito”, reforçou.
Ele esteve acompanhado do pai, deputado estadual Alcides Fernandes (PL), que é pré-candidato ao Senado Federal com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. O próprio Ciro, em agenda na Assembleia, sinalizou apoio ao parlamentar.
A deputada estadual e líder do PL na Assembleia Legislativa, Dr.Silvana, também reforçou apoio à candidatura de Ciro. “Ele tem uma liga. As pessoas gostam e querem votar no Ciro. Então, por qual motivo vamos pensar em uma outra liderança?”, questionou, também em coletiva momentos antes do evento começar.
Segundo ela, haverá uma reunião, na próxima semana, na Assembleia Legislativa, para alinhar os pontos de divergência. André Fernandes também deve participar do momento.
Grupo governista mostra união
A filiação ocorre no mesmo momento em que o grupo governista cearense tenta reforçar sua unidade, com reuniões públicas entre Elmano, Camilo, Cid e Evandro Leitão — um sinal claro de que a disputa pelo comando político do Estado em 2026 já começou a ganhar força.
Mesmo sem ser endereçado nominalmente a Ciro, Chagas Vieira deixou um recado na legenda da publicação: “Como é bom fazer parte do projeto que tem AS MAIORES LIDERANÇAS DO CEARÁ lutando, juntas, por um estado cada vez mais forte.”
Fonte: Opinião CE


